agilmente alimentando os bilros
com linhas de nuvens de algodão
A rendilheira espeta o pique
com agulhas de laranjeiras
Cuidadosa ata o primeiro nó
cantando, repetindo versos
que tratam do mesmo enigma
do código de nós
Esquece a barriga vazia,
a pobreza triste do pé no chão
canta a beleza azul de seu rebolo
e desenha com com o branco
a figura de sonhos feita de algodão
Subserviente obedece às ordens das agulhas
retirando-as cada uma a seu tempo,
libertando o rebolo da ponta punjente
A rendilheira distraída
ignora a face sulcada de linhas de ontem
ou as próprias mãos calejadas,
absorta em transformar a linha contínua
na história que conta em renda
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