quinta-feira, 2 de maio de 2013

Marina partida





Algas emaranhadas aos cabelos
Dançando qual tentáculos
Coroando a face pálida
A boca encarnada cerrada
As bolhas extintas
Olhos vitreos fitam além
Do vai vem sereno
Dos peixinhos coloridos

Um pé descalço
O outro ostenta o sapato
Bordado de vidrilhos
Cintilantes

A fazenda farfalhante brilha
Ondulando qual flâmula
De um conquistador

O pé alvo, descalço
Balouça no plasma
Resvala na anêmona
Furtacor
Como que em troça

O vestido está preso
À cadeira entalhada
Enterrada na areia
Perpendicularmente
Pés de garras de águia
Seguram um globo

Anima Mea

Livre
Voam braços
As pulseiras cintilam
As pérolas do colar arrebentado
Ornamentam a areia
Circundando o pé calçado
De volta ao berço

O fundo do mar está em festa

A sua destra reluzem objetos
Destroços
Ondulam tecidos
Ariscos mariscos

Enquanto os novos súditos
reverentemente
circundam em ciranda
à nova rainha
Marina