O vento uiva nos fios
voa vento
voam vendavais
revelam-se sibilantes
Ventos varrem as várzeas
ventania em pastos verdejantes
voa varrendo a vastidão
os vazios
as covas novas
Vértice sussurante
vandalizante, voa descabelando
chorões
desnorteando velas
despindo as vestes
de boninas vespertinas
Um vento visceral
vazante
viscoso
violando viciosamente
aves
povos
os vícios vazios
Voa voa voa
Alvoroçando
vibrando em claves
as andorinhas nos fios
Vento de vozes vorazes
de virtutes esquivas
de inverdades veladas
Vento cegueiro
vento de ciscos e traves
Uge
sopra brasas tenazes
vaza vértebras
e voa certeiro
Enverga a árvore
a avó que varre
e a que vai varrer
evocando vozes
Vozes de vento
vento de vozes
vozes que vêm
vozes que vão
vento no vão
poeira vã
no vazio de um chão