Uma ilhazinha de areia fina
Sob um céu de purpurina
Um único coqueiro sem cocos
Um caranguejo canhoto
A ilha paira sobre o vasto mar
Uma equilibrista entre água e ar
Sem cais, sem porto,conforto
A ilha tem seu caminho torto
Cavada do oceano roto, bruto
A ilha em seu estreito alicerce
Carrega ainda a sombra inerte
Da planta, continente interrupto
Da fonte apenas uma gota pinga
Em uma pedra côncava lapidada,
Um fio de água que a areia singra
Donde verde lodo brota do nada
Ilha só, não visitada, ondas que rugem
Violentas, ao comando das tormentas
Que atingem a ilha, línguas que pungem.
E a palmeira, como bandeira apascenta
Transcorrido grandiosos alardes
O mar se faz sereno feito cetim
E sob o céu de veludo das tardes
Vislumbra-se áspera areia marfim
As aves avistando-a do céu abaixo
Veem um ponto sobre o espaço
Ponto não medido por compasso
Que cadencia qual um contrabaixo
Se ponto de começo, ou se ponto de fim
Não se sabe, nesta ilha apenas se passa.
Uma força a esquadrinhou ao mar assim
Um ponto no espaço a nortear a barcaça
Que passa.
O mar se faz sereno feito cetim
E sob o céu de veludo das tardes
Vislumbra-se áspera areia marfim
As aves avistando-a do céu abaixo
Veem um ponto sobre o espaço
Ponto não medido por compasso
Que cadencia qual um contrabaixo
Se ponto de começo, ou se ponto de fim
Não se sabe, nesta ilha apenas se passa.
Uma força a esquadrinhou ao mar assim
Um ponto no espaço a nortear a barcaça
Que passa.