Lamentem-se viúvas
pranteiem órfãos
envolvam-se de negro
mães doravante
silentes
Quem poderia te
chorar Poeta?
Olhos de pedras
voltem a verter suas
águas
impuras
O Poeta já não é
Virou o bixo
que queria devorá-lo
Levanta cedo
mas está morto
labuta
paga as contas
tenta acertar em
tudo
já não respira
come
como o verme que o
come
um dia comeu
e quando cerra as
pálpebras
já não sonha
Adeus Poeta
Adeus caminho
solitário
Adeus consolo
transcendental
o Poeta não se
tornou estrela
integrou-se
ao nada
à escuridão
tão longe
nem mesmo a luz
de outras estrelas
podem brilhar em si
A marcha fúnebre é
celere
os abutres esperam
famintos
que os alimente
quotidianamente
O Poeta está morto
mas ainda dói
Fabiana Avila
13/02/2020
Um comentário:
Gostei bastante de conhecer seu trabalho, também sou poeta, gostaria de entrar em contato com você para trocar umas ideias, pode me chamar no whattsapp se quiser. Obrigado!
+55 31 997414629
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