Acabei de vê-la
passou por aqui
Vivaldina,
saltitante
pousou em meu ombro
farfalhou-me nas
faces
dançou sob a luz
estéril
do escritório frio
alçou suas asas
diáfanas
insistentes asas
fosforescentes,
intrínsecas de
saudades
Como um sonho que se
sonha
de olhos abertos
transpostos além do
bege
da parede, do
círculo das horas
Penetrando a
probóscida
no doce mel da flor
do instante
provocando batidas
dançantes
neste coração que
ama amar demais
Enches de lampejos
de dia
de sabores de luz de
estrelas ainda por vir...
Escamas caem destes
olhos cegos
Ela brinca ainda
seus pezinhos
magricelas
provocando risos,
cócegas na alma
Estilhaçada a
realidade grita
o retorno ao inerte
instante,
porém aos pulos o
pulso vibra
ante as
irresistíveis visitas
da borboleta
inspiração
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