Procuro-me
desesperadamente
Desapareci
lentamente
caco a caco
despedaçadamente
Estava a trilhar
apressada, atrasada,
a beira do abismo da
falha
Perfeccionissimamente
passo a passo
cada pedra no
caminho
um novo caco
esculachos
a cada descompasso
Ah barqueiro cruel
afanas pedaços do
que fui
destilando em óbolo
as favas do meu mel
Do que sou, ainda em
mim
restou aqui este
coração
desfibrilado
acelerado
despetalado das
róseas esperanças
pouco a pouco
Mais ainda tão
cheio
do sangue da poesia
Se me vires por ai
nem que seja um
mínimo estilhaço
lance um pão
sobre o oceano das
minhas lágrimas
Por qualquer
informação
que culmine no
reencontro
recompensa-se
generosamente
com uma pequena
epifania